Como você lida com as distrações?
8/6/2023
Recentemente no meu clube de leitura, lemos o livro (In)distraível de Nir Eyal. O que não nos falta hoje em dia são distrações, portanto devemos aprender a lidar com elas. A internet, as tecnologias, e as redes sociais vieram para ficar, então precisamos aprender a aproveitar as vantagens e lidar da melhor forma possível com as desvantagens de estar permanentemente conectados.
Segundo o autor “para viver a vida que queremos, precisamos não só fazer as coisas certas, mas também parar de fazer as coisas erradas que nos desviam do caminho”. Ou seja, precisamos nos tornar o que ele chama de indistraíveis. Fazemos isso evitando que os gatilhos internos ou externos de comportamentos indesejados nos controlem e nos levem para o caminho da distração. Ao invés de sermos controlados por nossos gatilhos, nós devemos controlá-los, fazendo com que nos levem para um estado de tração, que nos ajudará a atingir nossos objetivos.
Mas como dominar nossos gatilhos? O primeiro passo é aceitar que algum nível de desconforto vai existir na nossa vida. Se passarmos o tempo todo fugindo da dor, nos faltará coragem para encarar o desconforto, e consequentemente deixaremos as distrações no controle, nos distanciando do nosso verdadeiro potencial. Distrações são basicamente desperdiçadoras de tempo. E nosso tempo é precioso porque ele não volta atrás. Então, se através do controle e da organização, administrarmos nosso tempo do jeito mais benéfico possível para a nossa realidade, estaremos de certa forma administrando nossas dores e desconfortos (e não necessariamente só evitando elas). Como disse o autor “o antídoto para a impulsividade é o planejamento”.
Gostei muito do que o autor escreveu sobre a nossa força de vontade. “Nossa força de vontade nunca se esgota”. Se formos analisar isso é verdade. Quem disse que nossa força de vontade se esgota? Nós mesmos. E se mudarmos a perspectiva e nos recusarmos a dizer que não temos mais força de vontade? Se nossa força de vontade fosse infinita, o que nos faria desistir? Então, às vezes precisamos mudar o discurso interno e o jeito como nos enxergamos, para termos uma visão própria com um pouco mais de compaixão. Isso não quer dizer sermos perfeitos, mas sim não colocar limitações que não existem realmente.
É claro que para continuar dedicado a algo, você precisa saber porque está se dedicando. E por isso é importante saber quais são os seus valores. Por que você faz o que faz do jeito que faz? A pessoa com os valores que você gostaria de ter (ou acha que tem) se comportaria do jeito que você se comporta? Se não, algo precisa mudar. Precisamos manter as promessas que fazemos a nós mesmos, e nosso tempo precisa ser alocado de acordo com nossos valores. O autor diz “nossos valores são atributos da pessoa que queremos ser”.
No livro, o autor divide nossa vida em três áreas: você, relacionamentos, e trabalho. O VOCÊ está no centro, porque se não cuidarmos de nós mesmo, não podemos dar nenhuma atenção aos nossos relacionamentos ou ao nosso trabalho. Entre as ações citadas para criar tração e fugir da distração estão: definir seus valores, criar limites claros, organizar seu tempo metodicamente, defender seu foco, dividir problemas em partes menores, estar plenamente presente, usar a tecnologia para bloquear a tecnologia. “A psique humana precisa de três fatores: autonomia, competência e conexão”. Quando estamos em falta de um desses três fatores, buscamos ou sucumbimos às distrações. Por isso também precisamos de propósito.
Termino com mais frases do livro: “ser indistraível implica empenhar-se para fazer o que você se propõe a fazer. Quando nos tornamos indistraíveis, podemos dar um exemplo às pessoas do nosso convívio”. O exemplo move.