Qual o seu padrão?
7/25/2024
Me deparei com um pensamento curioso esses tempos. Não lembro as palavras exatas, foi de um vídeo curto que eu vi. Mas era um homem relatando o que o terapeuta tinha dito para ele. O homem do vídeo contava que ele não ficava muito tempo focado em um trabalho ou atividade, e claramente ele enxergava isso como um problema. O terapeuta perguntou: “e se o seu padrão é sempre buscar algo novo?”. Para mim é curioso, revelador e quase libertador pensar sobre isso. Eu tenho certeza que um milhão de pessoas pelo mundo se sentem assim, no entanto sempre me parece que sou a única estranha em alguns grupos. Nunca tive certeza de nada em relação a atividades profissionais. Mas era competente em tudo que eu podia ser. Eu não tinha interesse por uma coisa apenas, mas por todas as coisas que eu fosse capaz de fazer com excelência. E isso pode ser extremamente cansativo. É ruim não ser especialista em nada mas ser muito boa, até excelente, em várias coisas? Eu costumava achar que era ruim. Estou começando a achar que não é ruim não. Simplesmente um pouco diferente (e às vezes mais difícil). Na escola, eu era a nerd esportista. Não era comum, pelo menos não era uma combinação que se repetia muito. Eu era absolutamente determinada a ter notas excelentes e ao mesmo tempo a praticar todos os esportes que estavam disponíveis para mim, e não só praticar por praticar, mas jogar competitivamente. Resumindo, eu tinha que tirar muitos 10 e tinha que estar no time titular dos esportes que praticava. E a absoluta loucura era que, quem impunha isso a mim era eu mesma. Temos aqui a definição pura de autocobrança. Enfim, passando a época da escola eu precisei aprender que uma nota máxima não necessariamente me seria útil na vida real. Consegui me livrar um pouco da paranoia das notas altas, mas nunca da excelência. Eu precisava demonstrar um valor maior de alguma forma. Tudo que eu fazia tinha que ser bem feito. Isso permanece até hoje. O que isso faz com a pessoa é o desenvolvimento de um medo de fracassar incomensurável. E isso também permanece até hoje. Morro de medo do fracasso. Detesto perder. E com certeza atrelo meu valor aos meus resultados. Isso é bom ou ruim? Depende. Eu sigo fazendo as coisas, mesmo com o medo de fracassar, e isso é importante.
Mas retornando ao padrão. Eu não pareço ter um padrão. Minha curiosidade e minha necessidade por caminhos dinâmicos e cenários diferentes não me permitem ficar décadas na mesma atividade. E chegou a um ponto em que eu tive que aceitar que isso é normal para mim. Meu padrão é não ter padrão.